Tornou-se inadiável
a reforma palaciana, para que a estrutura econômica subsistisse no tempo e sem
os desmandos usuais.
Reuniram-se os
senhores e senhoras em torno da mesa e se puseram a discutir as mudanças
necessárias para que o fantasma da falência pudesse ser afastado.
Era preciso
reduzir o tamanho de todas as acomodações, para economizar com material de
manutenção e mão-de-obra. Todos concordaram e decidiram pela diminuição das
medidas das dependências dos serviçais, o que possibilitaria redução de custo
com produtos de higiene e justificaria o ajuste nos salários dos empregados da
limpeza;
Seria possível também haver
economia nos custos de manutenção dos imensos jardins que circundavam a estrutura mas, naturalmente, sem reduzir a sua extensão e a saída encontrada
foi aumentar o volume de trabalho dos jardineiros indispensáveis e promover a
economia na conta de energia elétrica, retomando o uso do maquinário acionado
pela força humana;
Urgia reduzir despesas com alimentação, pois esse item estava onerando excessivamente os
cofres. A decisão unânime foi a adoção do sistema de refeição diária básica e
única para a criadagem e o barateamento na aquisição dos alimentos
indispensáveis, buscando-se fornecedores que conseguissem fugir aos impostos e
à fiscalização. Até mesmo os imprescindíveis vinhos importados, caviares e
camarões servidos no salão principal, poderiam ser adquiridos seguindo-se as mesmas regras.
Posta em votação,
a previdente reforma básica foi aprovada quase por unanimidade, vencidos os
votos da criadagem, que acabou não comparecendo por conta do horário de
trabalho, em que a ausência seria penalizada com a demissão por justa causa.
A presente “reforma”,
vista, revista e assinada pelo senhorio feudal, entrará em vigor nesta mesma
data, impugnando-se de ofício qualquer eventual contestação.
Carlos Gama.
13/07/2019
12:15:06
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