Violentada ainda no nascedouro, a jovem continua sendo tratada como se rebotalho fosse, mesmo passados trinta e dois anos.
Esperança de um povo, ponto de exploração da classe política e de uma parcela daqueles que sobrevivem dos frutos do erário, a prostituída de oitenta e oito é uma colcha de retalhos nas mãos hábeis e venais de costureiras profissionais, que continuam a alinhavar os remendos de seus interesses.
Não tenhamos ilusões sobre o término dos trabalhos, pois dia após dia lhe são acrescentados novos enxertos, e no ano em que ela deverá (ia) completar trinta e três primaveras tudo tende a ficar mais auspicioso, mas com certeza não será para o povo brasileiro.
Carlos Gama.
06/01/2021 12:20:29