Não é paranóia é apenas uma abordagem, para análise daqueles que se
alheiam da realidade, em um país onde os políticos carreiristas saqueiam
descarada e abertamente os cofres públicos, por todos os meios ao seu alcance,
contando com a falta de memória do eleitor, com a leniência das regras
punitivas e com a apatia interesseira e conivente de todos os rabos-de-palha
que permeiam a estrutura desse circo a que se convencionou chamar de uma “república
federativa” (ativa e fedorenta estrutura, carcomida por vícios recentes e
estruturais que se arrastam desde o final do século dezenove, sem que se faça
nada para interromper esse escorregar pelos becos lamacentos da imoralidade
institucional).
Se você teve paciência e me deu crédito para chegar até
aqui, merece que eu mostre e comente apenas e tão somente o mais recente
absurdo contra a estrutura estatal, cometido pelos bandidos de terno e de
gravata. Sim, de saias também!
Não, não é a célebre piada de primeiro de abril, mas
convenhamos que esta data deveria ser aquela em que se comemoraria o Dia da
Política Brasileira.
A imprensa noticia nesta data, que o presidente da câmara
federal (não cabem maiúsculas) aprovou o aumento das verbas individuais para as
despesas médicas dos nababos de plantão (este país não caminha sem uma
revolução, pois os criminosos, os assaltantes dos cofres públicos aí estão,
livres e atentos, criando sempre novas oportunidades para saquearem o erário).
Sim, precisamos de uma revolução! Uma revolução séria nos costumes, nos
princípios e na falta deles, na estrutura e nas regras de funcionamento da
máquina estatal. Mas que essa revolução venha com urgência, antes que a lona
pegue fogo.
Mas, vamos lá!
Além das absurdas despesas (aí se incluem salários
nababescos, assessores em penca e verbas de todo tipo e ordem), sempre
justificadas pelo caradurismo e pela imoralidade instituídos, esses
aproveitados permanentes saem - a cada nova oportunidade por eles criada - de
caneta em punho para assaltar um pouco mais o povo miserável (em todos os
sentidos) que os elege, reelege e sustenta nesta ceva republicana.
O saque desavergonhado e mais recente deste primeiro de
abril republicano, foi o aumento do “limite” de reembolso das despesas médicas,
sem necessidade de aval da “mesa”, que podem chegar a cento e trinta e cinco
mil e quatrocentos reais (R$ 135.400,00). Além desse valor, o gasto dependerá
do aval de seus pares...
Plano de saúde? Sim, naturalmente, suas excelências contam
com um plano de saúde com o pagamento da módica quantia de seiscentos e trinta
reais mensais (R$ 630,00), o resto é xepa!
Pois é, quando a morte ceifa sem pena e um vírus (quase tão
mortal quanto a política) se espraia sem limites, contando com a falta de
insumos e de leitos para acolher as suas vítimas, a casa de “leis” situada no
Planalto Central promove esse ato de achincalhe da estrutura legal, esse arcabouço
que aos poucos se esboroa carcomido pelos abusos, pelo descaso e pela total
ausência de senso de moral e de respeito.
Riem! Sim, como eles riem... Mas riem sempre com razão!
Carlos Gama.
01/4/2021 14:00:19