quarta-feira, 14 de abril de 2021

Paraíso

 

Um país em que a Carta Magna em vigor foi violada nas sombras do caminho entre a sua aprovação e a publicação;

Um país em que o autor do crime se vangloria cínica e descaradamente de seu feito e não responde pelo ato;

Um país em que os códigos, que tratam dos crimes e das penas, se arrastam na ineficácia e no bolor das décadas;

Um país em que as regras novas se sucedem em abundância e propositadamente se atropelam e conflitam com as existentes;

Um país em que significativa parcela dos eleitores aplaude, elege e reelege os assaltantes dos cofres públicos;

Um país como este, merece sem dúvida a alcunha de Paraíso dos Criminosos.

Carlos Gama.

14/4/2021 18:59:08

quinta-feira, 1 de abril de 2021

O Achincalhe

 

Não é paranóia é apenas uma abordagem, para análise daqueles que se alheiam da realidade, em um país onde os políticos carreiristas saqueiam descarada e abertamente os cofres públicos, por todos os meios ao seu alcance, contando com a falta de memória do eleitor, com a leniência das regras punitivas e com a apatia interesseira e conivente de todos os rabos-de-palha que permeiam a estrutura desse circo a que se convencionou chamar de uma “república federativa” (ativa e fedorenta estrutura, carcomida por vícios recentes e estruturais que se arrastam desde o final do século dezenove, sem que se faça nada para interromper esse escorregar pelos becos lamacentos da imoralidade institucional).

Se você teve paciência e me deu crédito para chegar até aqui, merece que eu mostre e comente apenas e tão somente o mais recente absurdo contra a estrutura estatal, cometido pelos bandidos de terno e de gravata. Sim, de saias também!

Não, não é a célebre piada de primeiro de abril, mas convenhamos que esta data deveria ser aquela em que se comemoraria o Dia da Política Brasileira.

A imprensa noticia nesta data, que o presidente da câmara federal (não cabem maiúsculas) aprovou o aumento das verbas individuais para as despesas médicas dos nababos de plantão (este país não caminha sem uma revolução, pois os criminosos, os assaltantes dos cofres públicos aí estão, livres e atentos, criando sempre novas oportunidades para saquearem o erário). Sim, precisamos de uma revolução! Uma revolução séria nos costumes, nos princípios e na falta deles, na estrutura e nas regras de funcionamento da máquina estatal. Mas que essa revolução venha com urgência, antes que a lona pegue fogo.

Mas, vamos lá!

Além das absurdas despesas (aí se incluem salários nababescos, assessores em penca e verbas de todo tipo e ordem), sempre justificadas pelo caradurismo e pela imoralidade instituídos, esses aproveitados permanentes saem - a cada nova oportunidade por eles criada - de caneta em punho para assaltar um pouco mais o povo miserável (em todos os sentidos) que os elege, reelege e sustenta nesta ceva republicana.

O saque desavergonhado e mais recente deste primeiro de abril republicano, foi o aumento do “limite” de reembolso das despesas médicas, sem necessidade de aval da “mesa”, que podem chegar a cento e trinta e cinco mil e quatrocentos reais (R$ 135.400,00). Além desse valor, o gasto dependerá do aval de seus pares...

Plano de saúde? Sim, naturalmente, suas excelências contam com um plano de saúde com o pagamento da módica quantia de seiscentos e trinta reais mensais (R$ 630,00), o resto é xepa!

Pois é, quando a morte ceifa sem pena e um vírus (quase tão mortal quanto a política) se espraia sem limites, contando com a falta de insumos e de leitos para acolher as suas vítimas, a casa de “leis” situada no Planalto Central promove esse ato de achincalhe da estrutura legal, esse arcabouço que aos poucos se esboroa carcomido pelos abusos, pelo descaso e pela total ausência de senso de moral e de respeito.

Riem! Sim, como eles riem... Mas riem sempre com razão!

Carlos Gama.

01/4/2021 14:00:19

Carta aos Tungados

Esta não tem nada a ver com a outra carta, embora o título tenha alguma semelhança fonética. Esta é uma carta dirigida a você que se sen...