segunda-feira, 30 de março de 2020

Contrastes

* Buscava um texto específico para responder a um comentário amigo e me deparei com as estas linhas que já fizeram parte de um sítio que eu mantinha na internet

Linhas antigas mas, infelizmente, sempre atuais:


Ler jornal é um vício que felizmente eu só adquiri na maturidade e, agora, na idade provecta eu tendo a abandonar, porque preciso de mais alegria e ainda de um tanto de esperança.

As árvores da minha cidade continuam morrendo à míngua e relegadas ao abandono que eu cansei de denunciar; a desertificação se anuncia deste a Amazônia, a galope, de carona na garupa da ganância desmedida e da inconseqüência funcional.

Na mesma cidade, o resultado anunciado claramente na substituição dos coletivos às vésperas da licitação, não surpreendeu a ninguém, como parece que nada mais assombra.

À sombra do poder, aquele que sabe tudo e não sabe de nada, quando convém, continua intocável e na espreita de novos proveitos, como se as leis e a justiça, além de cegas, andassem de muletas.

Espelhando-se nos exemplos muitos dos de terno e gravata, os ladrões de todas as origens agem à luz do dia e na calada da noite. Nada parece barrar o avanço dos crimes e da insegurança.

Os desvios todos não têm mais limites, a sangria no erário se recupera com propostas de maiores contribuições dos bolsos rotos dos pequenos, enquanto os desmandos contínuos parecem não incomodar a mais ninguém.

Sem pesos e sem medidas as balanças oscilam ao sabor dos ventos muitos...

Firmamo-nos como um país de contrastes.

E com trastes tais, o Brasil basta a si mesmo e não precisa de inimigos externos.

Carlos Gama.
05/05/2015 08:31:23
Croniquetas (nº 1014)

2 comentários:

  1. Quem sabe com essa Pandemia, algo possa mudar... sei que talvez seja uma ilusão ter esperança!

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    1. Cada uma dessas lições que o Universo nos propõe alcança os seus resultados, mesmo que sejam pequenos. Mantenhamos a esperança!

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