O nosso país tem vinte e seis estados, o Distrito Federal,
cinco mil quinhentos e setenta municípios e trinta e cinco partidos políticos.
Em cada município existe ao menos uma unidade representativa
de cada um desses grupamentos políticos, que é de onde saem ministros e
ocupantes de outros cargos em cada um dos ministérios; saem também os
secretários dos estados e dos municípios (vários deles em cada estado e em cada
município); saem os ocupantes dos principais cargos de livre nomeação dentro da
estrutura estatal, das empresas de economia mista, das empresas estatais e
paraestatais.
É incomensurável o número de afiliados partidários que se
impõem a esse universo de mordomias e de apadrinhamentos que é a rês pública,
essa matriz leiteira cujo úbere deve manter essa bezerrada.
Imaginem os trinta e cinco partidos políticos multiplicados
por vinte e seis estados, o DF e os cinco mil quinhentos e setenta municípios.
A conta é simples - coisas da aritmética básica – mas se estende em resultados:
35x27= 945
35x5570= 194.950
Temos aí cento e noventa e cinco mil, oitocentos e noventa e
cinco (195.895) unidades desses
grupamentos políticos, cujo interesse de seus dirigentes é se manterem no poder
e continuarem a gozar de todas as benesses que os cargos dentro da estrutura
estatal lhes oferecem.
Do núcleo desses trinta e cinco partidos políticos saem ainda
os oitenta e um Senadores e os quinhentos e treze Deputados Federais e toda a
estrutura que os assessora. A coisa é de tal monta, somente nessas duas casas
de leis, que durante a sua gestão como presidente do Senado Federal, um de seus
integrantes criou oitenta e uma diretorias sem função. Sim, sem função, apenas
para acolher familiares, correligionários e apadrinhados à sombra do imenso
úbere da rês pública. Mas a ação criminosa e a mamata não se restringem apenas
a essas oitenta e uma diretorias extraordinárias, pois elas vêm acompanhadas de
todo o aparato funcional e dos salários nababescos que fazem parte da
estrutura.
Perdi-me em digressões, mas não há como não se perder quando
a tentativa é mostrar um pouco dos desmandos que se cometem em nome da manutenção de uma
república federativa como a nossa.
Bem, eu trouxe alguns dados reais, algumas informações
complementares e deixo por sua conta a imaginação a respeito das imensas, das
incomensuráveis possibilidades por detrás dessa estrutura carcomida e viciada,
à qual pretendem impor mais outros setenta e cinco partidos políticos.
Sim, outros setenta e cinco partidos políticos estão em fase
de formação e aguardando homologação.
Só para concluir toda essa inútil digressão, imaginemos como
ficará a coisa quando ao invés desses trinta e cinco partidos tivermos cento e
dez (35+75).
27 estados (26+1) x 110 partidos políticos = 2.860 unidades
representativas
5570 municípios x 110 partidos políticos = 612.700 unidades
representativas
Aí, ao invés das 195.895
unidades atuais, teremos 615.560 desses currais e toda a bezerrada faminta que os compõem.
Seiscentos e quinze mil, quinhentos e sessenta núcleos
partidários abarrotados de “filiados” à espera de uma boquinha dentro da
estrutura pública.
Não há quem dê jeito, não há estrutura que aguente, não há
erário que suporte tantas barbaridades.
Carlos Gama.
09/7/2021 01:28:49
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