Esta não tem nada a ver com a outra carta, embora o título tenha alguma semelhança fonética.
Esta é uma carta dirigida a você que se sente meio perdido, sem norte e desiludido em suas expectativas e meio embaralhado com o senso de moral que você achava definido, imutável.
Esta é uma carta de apoio a você que não se enquadrilha, que tem o coração verde e amarelo, alguém que tem amor ao seu país e respeito às cores do pendão que nele ainda se hasteia.
Estas são algumas linhas dirigidas a você que tem o meu respeito, a você que pode, de cabeça erguida bater no peito e dizer com orgulho “sou brasileiro”.
Não desanime, não perca a esperança, pois o país ainda é uma criança, você é parte de mais de metade da população ordeira e de alma altaneira.
Sim, você faz parte de mais da metade da população do nosso país, aquela parcela que têm consciência e senso de moral e também daqueles milhões que ainda não podem votar, que não têm os sentimentos e os interesses pessoais corrompidos e que, se estivessem aptos para escolherem, o fariam de acordo com o próprio caráter ainda impoluto, almas novas que vêm chegando para num futuro bem próximo salvarem o país da miséria moral e o colocarem nos trilhos da verdadeira legalidade, dando aos que precisam, noções de amor-próprio e de respeito ao semelhante.
Não! Eu não estou aqui questionando o resultado das urnas eletrônicas. O meu questionamento vem desde bem antes, vem desde o primeiro estupro constitucional, havido ainda no berço. Prática de que se vangloriou jactancioso e despudorado um dos autores do crime. Outros muitos o sucederam através dos anos e o silêncio imoral de toda a sociedade (especialmente dos mais cultos) talvez acabe dando a impressão equivocada de que a jovem senhora ainda indefesa, nascida há trinta e quatro anos, esteja sendo condescendente com os atos e com os fatos.
Carlos Gama.
16/11/2022 09:20:27